Segundo Luckesi (1991) a educação dentro de uma sociedade não se
manifesta como um fim em si mesma, mas sim como um instrumento de manutenção ou
transformação social. Assim sendo, ela necessita de pressupostos, de conceitos
que fundamentem e orientem os seus caminhos. Deste modo, a Filosofia
fornece à educação uma reflexão sobre a sociedade na qual está situada, sobre o
educando, o educador e para onde esses elementos podem caminhar.
A
Filosofia da Educação cumpre um papel fundamental dentro da escola, enquanto
detentora do processo educativo. Propõe um movimento de auto-reflexão, isto é,
uma postura refletida da educação, onde a educação não se desvincula da
realidade, mas se propõe a buscar seus fundamentos na práxis. Assim, a educação
se auto-avalia e é avaliada a partir da filosofia da educação.
Esta auto-avaliação perpassa
todos os espaços próprios do mundo educacional e apresenta sugestões para a
otimização da educação enquanto processo de tomada de consciência e
transformador do mundo. A filosofia instiga um olhar crítico, nesse caso o foco
deste olhar é a educação. Quando a crítica da filosofia é avaliada pela
educação, surge a possibilidade de construção de um projeto educativo com bases
mais sólidas. Estas bases são dadas pelo confronto que filosofia propõe,
atraindo a vida ordinária para a escola. Quando são estreitados os laços entre
a vida ordinária e a escola, irrompe a possibilidade da produção de um
conhecimento válido e útil.
Uma escola sem crítica e
sem auto-avaliação tende a afastar-se da vida, com isso aparece a produção de
um conhecimento obsoleto e sem sentido prático, ou seja, surge um conhecimento
para ninguém, conhecimento que enche livros, mas que não transforma o mundo nem
se abre para a conscientização. O intuito não é criticar o conhecimento
produzido durante a história da educação, mas chamar a atenção para a
preocupação conteudista da educação brasileira, onde não há o fortalecimento da
conscientização, mas a reprodução de uma estrutura mercadológica e opressora.
A filosofia da educação,
além de conduzir a educação para uma auto-reflexão, tem a função libertadora e
dá à educação os meios necessários para seu fortalecimento e crescimento
concreto, levando os educandos à autonomia, função evidente da educação.
Referências:
LUCKESI, Cipriano Carlos. Filosofia
da educação. São Paulo: Cortez, 1991.