segunda-feira, 30 de abril de 2012

Filosofia da Educação - ED05



Segundo Luckesi (1991) a educação dentro de uma sociedade não se manifesta como um fim em si mesma, mas sim como um instrumento de manutenção ou transformação social. Assim sendo, ela necessita de pressupostos, de conceitos que fundamentem e orientem os seus caminhos.  Deste modo, a Filosofia fornece à educação uma reflexão sobre a sociedade na qual está situada, sobre o educando, o educador e para onde esses elementos podem caminhar.
  A Filosofia da Educação cumpre um papel fundamental dentro da escola, enquanto detentora do processo educativo. Propõe um movimento de auto-reflexão, isto é, uma postura refletida da educação, onde a educação não se desvincula da realidade, mas se propõe a buscar seus fundamentos na práxis. Assim, a educação se auto-avalia e é avaliada a partir da filosofia da educação.
Esta auto-avaliação perpassa todos os espaços próprios do mundo educacional e apresenta sugestões para a otimização da educação enquanto processo de tomada de consciência e transformador do mundo. A filosofia instiga um olhar crítico, nesse caso o foco deste olhar é a educação. Quando a crítica da filosofia é avaliada pela educação, surge a possibilidade de construção de um projeto educativo com bases mais sólidas. Estas bases são dadas pelo confronto que filosofia propõe, atraindo a vida ordinária para a escola. Quando são estreitados os laços entre a vida ordinária e a escola, irrompe a possibilidade da produção de um conhecimento válido e útil.
Uma escola sem crítica e sem auto-avaliação tende a afastar-se da vida, com isso aparece a produção de um conhecimento obsoleto e sem sentido prático, ou seja, surge um conhecimento para ninguém, conhecimento que enche livros, mas que não transforma o mundo nem se abre para a conscientização. O intuito não é criticar o conhecimento produzido durante a história da educação, mas chamar a atenção para a preocupação conteudista da educação brasileira, onde não há o fortalecimento da conscientização, mas a reprodução de uma estrutura mercadológica e opressora.
A filosofia da educação, além de conduzir a educação para uma auto-reflexão, tem a função libertadora e dá à educação os meios necessários para seu fortalecimento e crescimento concreto, levando os educandos à autonomia, função evidente da educação.


Referências:
LUCKESI, Cipriano Carlos. Filosofia da educação. São Paulo: Cortez, 1991.

Mito da Caverna e a Teoria dos dois mundos - AVA05

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Teoria dos dois mundos ou Mundo das ideias - AVA05


       Um dos aspectos mais importantes da filosofia de Platão é sua teoria dos dois mundos (mundo sensível e mundo inteligível ou mundo das idéias), com a qual procura explicar como se desenvolve o conhecimento humano. Segundo ele, o processo de conhecimento se desenvolve por meio da passagem progressiva do mundo das sombras e aparências para o mundo das ideias e essências.
       Para Platão, no mundo das ideias é que moram os seres totais e perfeitos: a justiça, a bondade, a coragem, a sabedoria, etc.
     Fora do mundo das ideias, tudo o que captamos através dos nossos sentidos possui apenas uma parte do ser ideal. O mundo sensível, portanto, é um mundo de seres incompletos e imperfeitos.
           A teoria das ideias representa a tentativa de conciliar duas grandes tendências anteriores da filosofia grega: a concepção do ser eterno e imutável de Parmênides e a concepção do ser plural e móvel de Heráclito. Para Platão, o ser eterno e universal habita o mundo da luz racional, da essência e da realidade pura. E os seres individuais e mutáveis moram no mundo das sombras e sensações, das aparências e ilusões. 

Teoria da Maiêutica - AVA04



Maiêutica (em grego “parto das ideias”) é um método socrático, cujo objetivo é possibilitar ao homem o conhecimento de si mesmo. Como método de ensino, o professor se utiliza de perguntas que se multiplicam para levar o aluno a responder às próprias questões. É uma técnica de ensino fantástica, que atinge resultados excelentes. Tem a vantagem de funcionar como verdadeiro exercício mental para o aluno, que, utilizando seus próprios conhecimentos, desenvolve a capacidade associativa, otimizando recursos na estruturação de mecanismos de raciocínio lógico.

Também funciona muito bem para bebês. O processo da maiêutica pode começar, por exemplo, quando a criança de dois anos pergunta aos pais alguma coisa que já sabe: “O que é isso? – apontando para uma bola, por exemplo”. Frequentemente, crianças pequenas fazem esse tipo de questão. Basta aos pais devolver a pergunta e a criança responderá involuntariamente, constatando que sabe a resposta. Quando faz isto, não está testando os pais ou divertindo-se. Está simplesmente abordando um objeto com uma região do cérebro no qual ele não está registrado. Digamos que está encarando o objeto sob outro ponto de vista.

Teles (1995) apud Jardim, Borges e Freitas et al (2011) afirma que o método consiste em “fazer perguntas e analisar as respostas de maneira sucessiva até chegar à verdade ou contradição do enunciado”. Assim, o método faz com que as pessoas comecem a pensar a partir daquilo que não conhecem, ou seja, pela ignorância.

Acesse o link: http://www.youtube.com/v/0asPyPWD7DU&fs=1&source=uds&autoplay=1

Método Pedagogizador e a Prática voltada para a Intersubjetividade - AVA03


 O método de ensino “pedagogizador” resume-se a instruir, reproduzir um tipo de conhecimento que não é relevante para as reais necessidades do aluno.  Assim, a educação está a serviço de uma sociedade mercadológica e tecnocrática. O aluno é tratado meramente como um objeto a ser conhecido e treinado para atender as exigências do mercado, suas experiências de vida e situações práticas não são consideradas.
O método “pedagogizador” tornou-se um dos grandes desafios da contemporaneidade. É preciso superá-lo, impondo uma pedagogia voltada para atender as reais necessidades do aluno, calcada, sobretudo, por uma política educacional adequada.
O Pacto pela Educação do governo do estado de Goiás, por exemplo, é uma farsa.  Propõe melhoria na qualidade do ensino, porém, impõe conteúdos e avaliações diagnósticas que não consideram a realidade do aluno, visam apenas medir o nível de conhecimento. Assim, o professor passa a treinar o aluno para provas do governo (ENEM, SAEB, SAEGO, etc.), para o Vestibular e para Concursos Públicos. Não basta mudar o discurso “verbalmente”, é preciso efetivar os discursos mediante ações adequadas – educação mais consistente, comprometida com uma efetiva emancipação do sujeito.
Habermas propôs a Teoria da Ação Comunicativa, que abre novas perspectivas para a educação em termos de uma filosofia da educação que possa suscitar nos sujeitos, dotados de competência interativa, a capacidade de questionar o sistema de normas que vigora na sociedade. Habermas contribui para um pensar crítico em prol de uma educação voltada para a formação do sujeito emancipado, sensível e ético.
A Teoria da Ação Comunicativa concebe o espaço da escola como o lugar de exercitar a intersubjetividade entre aluno/professor/escola/família e comunidade, com o intuito de discutir os rumos da sociedade – indivíduo como sujeito e ator social, que reflete sobre os problemas da sociedade, interpreta, participa, dialoga, enfim, luta por interesses comuns.
O modelo de educação calcado na intersubjetividade (conciliação de dois mundos – o do sistema e o da vida) é o mais apto para a construção de pessoas realmente esclarecidas, criativas e autônomas.  
Uma educação guiada pela intersubjetividade tem em vista a valorização social, política, econômica e ética.  Assim, a prática da intersubjetividade no campo da educação supera o modelo “pedagogizador” ao tornar indivíduos mais livres, autônomos, capazes de avaliar seus atos à luz dos conhecimentos, à luz das normas sociais legítimas, tendo propósitos lúcidos e sinceros, abertos à crítica. 

A Filosofia Moderna e suas Características - ED04


Filosofia moderna é aquela que se desenvolveu durante os séculos XV, XVI, XVII e XVIII, tendo seu início no Renascimento e se estendendo até Kant.
Temos primeiramente a Filosofia do Renascimento, que está entre a Idade Média e o Iluminismo, nesse período temos uma retomada dos princípios clássicos da Filosofia Grega, de Platão e Aristóteles. Esse período vai, aproximadamente, do século XV ao XVI, tendo marcado por essa retomada do pensamento clássico, fundamental para a compreensão da filosofia.
Até então, a Filosofia estava bem ligada à questão da Igreja, podendo ser caracterizada muitas vezes como Filosofia Escolástica; já no século XVII, conhecido como a Idade da Razão, houve uma ruptura com esse pensamento mais ligado à Igreja e retoma todo o pensamento do homem em relação ao seu entorno e em relação a si mesmo.
A Filosofia do Século XVIII foi marcada pelo que conhecemos como Iluminismo, um movimento filosófico que dominou a Europa e alguns países americanos, que tinha a razão como base do conhecimento. Desenvolvida principalmente na Alemanha, França e Grã-Bretanha, essa filosofia foi sendo disseminada pelos continentes e teve uma grande influência na Filosofia que temos hoje em dia, pois foi ali que os estudiosos se debruçaram sobre questões muito importantes.
A Filosofia do século XIX foi marcada pela retomada dos pensadores Iluministas, como Immanuel Kant e Jean-Jacques Rousseau, que influenciaram e muito a produção da Filosofia Moderna. Podemos destacar figuras como Goethe, Adam Smith e outros pensadores, que tinham como base as ideias do Iluminismo e a partir delas, conseguiram construir uma nova filosofia. Podemos destacar entre eles: O idealismo alemão; a ciência filosófica de Nietzsche; o Positivismo Lógico, que marcou e muito a Filosofia e outras ciências; o Pragmatismo, característico da necessidade de sistematização da Ciência; e muitas outras escolas que vieram para somar à Filosofia Moderna.

Eis algumas características marcantes da filosofia moderna:


A) Racionalismo: Descartes foi um racionalista convicto. Recomendava que desconfiássemos das percepções sensoriais, responsabilizando-as pelos freqüentes erros do conhecimento humano. Dizia que o verdadeiro conhecimento das coisas externas devia ser conseguido através do trabalho lógico da mente (RAZÃO). Nesse sentido, considerava que, no passado, dentre todos os homens que buscaram a verdade nas ciências, “só os matemáticos puderam encontrar algumas demonstrações, isto é, algumas razões certas e evidentes”.  Aplicando a dúvida metódica, chegou à celebre conclusão: “Penso, logo existo”. Considerou essa conclusão uma verdade absolutamente firme e princípio fundamental de toda a sua filosofia.

B) Empirismo: Francis Bacon, John Locke, David Hume e outros pensadores, contrários ao racionalismo, desenvolveram e propagavam o raciocínio experimental, ou seja, a teoria de que o único caminho pelo qual o homem pode chegar ao conhecimento é através da experiência sensível (empírica). Para os empiristas o contato com o mundo externo através de um conjunto de sensações (através dos quatro sentidos) leva a um processo de dedução, que possibilita o conhecimento.



Racionalismo, Empirismo e Criticismo Kantiano - ED03



Racionalismo: A palavra racionalismo deriva do latim ratio, que significa razão. O termo designa a doutrina que deposita total e exclusiva confiança na razão humana como instrumento capaz de conhecer a verdade. Para Descartes “nunca nos devemos deixar persuadir senão pela evidência de nossa razão”. Os racionalistas afirmam que a experiência sensorial é uma fonte permanente de erros e confusões sobre a complexa realidade do mundo. Somente a razão humana, trabalhando com os princípios lógicos, pode atingir o conhecimento verdadeiro, capaz de ser universalmente aceito. Para o racionalismo, os princípios lógicos fundamentais seriam inatos na mente do homem. Daí por que a razão deve ser considerada como a fonte básica do conhecimento.

Empirismo: A palavra empirismo tem sua origem no grego empeiria, que significa experiência sensorial. Defende que todas as nossas ideias são provenientes de nossas percepções sensoriais (visão, audição, tato, paladar, olfato). Locke ressalta que “nada vem à mente sem ter passado pelos sentidos”. A experiência, assim, seria uma apreensão da realidade externa através dos sentidos que forma a base necessária de todo conhecimento.

Criticismo Kantiano: O termo criticismo é empregado para denominar a filosofia kantiana. Esta se propõe investigar as categorias ou formas a priori (anterior à experiência) do entendimento. Sua meta consiste em chegar a determinar o que o entendimento e a razão podem conhecer, encontrando-se livres de toda experiência, bem como os limites impostos a este conhecimento. O criticismo kantiano se instaura como a única possibilidade de repensar as questões próprias à metafísica. O criticismo pode ser encarado como uma atitude que nega a verdade de todo conhecimento que não tenha sido, previamente, submetido a uma crítica de seus fundamentos. Neste sentido, ele se aproxima do ceticismo, por pretender averiguar o substrato racional de todos os pressupostos da ação e do pensamento humanos. O criticismo kantiano renasce em meados do século XIX, como reação ao predomínio do movimento idealista, por um lado, e, por outro, como contraposição ao positivismo nascente. Este movimento recebe a denominação de neocriticismo ou neokantismo, espalhando-se por toda a Europa, de modo predominante na França e Alemanha.